Meu padrinho, foi naquele
fatídico 20 de julho de 1934 que o senhor mergulhou no sono eterno. Foram dias
de muita melancolia e muitas lágrimas. Juazeiro e todo sertão estavam tristes.
Perdíamos nosso mentor, nosso guia, nosso líder. Ah meu padrinho, quanta
saudade o senhor deixou entre nós!
Mas fizemos desta saudade a nossa
fortaleza e seguimos os seus preceitos. Em cada casa um altar na sala e uma
oficina no quintal. Com isso, edificamos esta cidade, de uma pequena vila para
uma metrópole regional.
Cada edifício construído, cada
loja instalada, cada faculdade, tudo é feito em sua honra. Meu padrinho, o
senhor é a alma deste lugar. Sua chama está presente em todos os corações
juazeirenses, inclusive nos mais novos, estes que não o conheceram, mas são
orgulhosos por fazerem parte de sua história. Uma história que não se encerrou
naquele 20 de julho, perpetua-se,
portanto, ao longo dos anos.
Meu padim, o senhor disse que
Juazeiro é seu filho. Arriscamos afirmar que seus afilhados se espalharam por
todo o interior do Nordeste formando uma grande nação. Sua cidade se tornou um
dos maiores centros de peregrinação do país. Há quem diga ser isto tudo mero
fanatismo. Coitados! Não entendem a pureza de ser romeiro. Não entendem que Pe.
Cícero Romão Batista é mais uma chama guardiã dos desígnios de Jesus. Mas estes
fazem parte de uma pequena minoria. Quem estuda de verdade a sua história ganha
a inspiração para defendê-la, inclusive
em teses internacionais!
Em mais um momento de oração pela
sua partida, a nação romeira se une numa grande reflexão e garante:
continuaremos seguindo seus ensinamentos, as famílias preservarão a tradição da
renovação, a população sempre transformará a procissão das Candeias num “mar de
luzes”.
Sabemos que o senhor fez uma
promessa no seu leito de morte, mas mesmo assim fazemos um humilde pedido:
Continue rezando por nós no Céu!
Dr. Paulo Leonardo Celestino
Cirurgião-dentista
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