Casas costumam ter sala de estar, quarto para dormir, área de lazer. Por que não ter também um lugar para buscar energias, renovar forças, fazer orações, alimentar a alma? Assim a juíza Lúcia de Fátima Magalhães Albuquerque fala sobre a capelinha que ergueu no jardim de casa em Ouro Preto (MG), em homenagem ao Padre Cícero, o “padim” dos romeiros de Juazeiro do Norte.
A cearense, juíza de Direito na Vara Criminal e da Infância e Juventude da Comarca de Ouro Preto, diz ter feito a capela em agradecimento ao religioso: “Queria que ele tivesse um lugar especial na minha casa, pois ele sempre esteve presente de um modo especial em minha vida”.
Lúcia foi para Minas Gerais em 1986. Ela contava 10 anos quando a família enfrentou “muitas dificuldades financeiras”, passando a viver “praticamente da ajuda de parentes”. Tornou-se devota por incentivo da avó, que a aconselhava a sempre recorrer a Padre Cícero quando precisasse. “Alcancei muitas graças, mas jamais prometi construir uma capela. Não faço promessas, coloco os meus anseios e depois agradeço da forma que acho que Ele iria gostar”. Hoje, compartilha a fé com o casal de filhos que, segundo ela, admiram o “padim”. Nas férias, ela diz sempre retornar ao Ceará para encontrar os irmãos.
Construída no ano 2000 com recursos próprios, a capelinha é particular, não sendo aberta ao público. A magistrada trabalha em projetos relacionados ao atendimento ao idoso, à mulher e à inclusão social de jovens. A atuação é inspirada em Padre Cícero que, segundo ela, “sempre buscou proteger os mais humildes”. Segundo a magistrada, é comum serem erguidas capelas em fazendas e sítios mineiro.
Para Lúcia, a santidade de Padre Cícero é inquestionável. “Acredito sem contestar e isso me basta”. Ela defende ainda a reabilitação canônica do religioso. Acusado de forjar milagres, padre Cícero teve o direito ao sacerdócio cassado pela Igreja Católica em 1891. (Gabriela Alencar, especial para O POVO)
Outras fotos da capelinha: