domingo, 14 de abril de 2013

ATAQUE VAZIO - Por Geová Sobreira

O jornal O Povo, de Fortaleza, em sua edição de 05.04.2013, na coluna Opinião, publicou, quase como uma Nota, matéria assinada por Marcos José Diniz Silva, criticando vãs esperanças de alguns romeiros, devotos do Padre Cícero, de que o novo Papa, Francisco, venha consagrar às glórias dos altares o Patriarca do Juazeiro. Se o autor da matéria não se intitulasse “historiador” e, principalmente, professor da Universidade Estadual do Ceará sua opinião expressa no jornal cairia rapidamente no total esquecimento.No entanto, como o Sr. Marcos José Diniz Silva intitula-se professor universitário e nessa condição orientador intelectual de novas gerações é que merece alguns esclarecimentos para que não continue semeando e propalando asneiras para seus alunos. A função do magistério é incentivar e aprimorar, entre outras coisas, o desenvolvimento e enriquecimento da reflexão crítica dos educandos. Ora, nesses mais de dois mil anos da Igreja Católica a história registra graves equívocos, erros e até mesmo profundas crises no seio da Cúria, cujo mais notório exemplo é as criminosas execuções provocadas e executada pela Santa Inquisição. É exemplar o inquérito de Santa Joana D’Arc, condenada à morte nas chamas da fogueira, depois elevada às glórias dos altares, tornando às claras que mesmo cabeças coroadas, adornadas de solidéus e mitra, cometeram e cometem no curso da História graves e crassos erros de julgamento. Será que o Sr. Marcos José Diniz Silva teve a curiosidade, como professor de História, de ler a vasta quantidade de análises do Relatório Vatileak , mostrando a aguda crise da Cúria Romana, que obrigou o Papa Bento XVI abdicar do seu pontificado? No final de sua bisonha Nota, que o jornal O Povo deu publicidade, o Sr. Marcos José Diniz Silva, empluma-se de intelectual e com volutas de vaidade ignorantes. Será que esse senhor, que se diz professor de História, leu ao menos 5% (cinco por cento) da bibliografia do Padre Cícero, que hoje atinge quase 15.000 títulos e milhares de teses de doutorado nas mais importantes Universidades do mundo? Será que ele idêntica na História Eclesiástica Brasileira um membro da Igreja Católica, que sendo apenas um humilde capelão de um pobre, esquecido e desprezado povoado, perdido nesses sertões, tenha exercido tamanha influência no seio do catolicismo, que hoje está presente em todos os quadrantes do território nacional? A história oficial do Brasil já despachou para o esquecimento muitos, da elite intelectual e clerical, que se arvoraram em condenar o Padre Cícero e decretar a destruição de sua cidade – Juazeiro. A cidade do Juazeiro é o mais bem sucedido projeto de desenvolvimento integrado da História do Brasil evoluindo de mísero povoado, coito de bandoleiros, de retirantes, de comboieiros, dos excluídos, para a mais importante metrópole dos sertões. Juazeiro é o obra gigantesca de homem que não pejamos de chamá-lo de Santo, tenha ou não tenha o placet da Cúria Romana. Constata-se hoje que a Igreja Católica precisa mais do Padre Cícero, do que o Padre Cícero da Igreja. Vê-se nestes últimos tempos evasão em massa do seio da Igreja Católica, enquanto cresce geometricamente o número dos devotos do Padre Cícero, no Nordeste e em outras regiões do Brasil. É a Fé dos romeiros do Patriarca do Juazeiro que mantém vivo o catolicismo nos sertões nordestinos.Temos plena consciência dessa realidade e até relevamos quando autoridades eclesiásticas buscam Juazeiro não para salvar almas ou aumentar o rebanho de Cristo e sim para se locupletar-se com as esmolas do povo romeiro.Temos orgulho de sermos a Nação Romeira dos devotos do Padre Cícero e já não cansamos de pedir perdão.

Nota do Editor do blog: Este artigo de Geová Sobrera, foi publicado originalmente no www.juanorte.com.br e se reporta ao artigo do professor  Marcos José Diniz  publicado no jornal O Povo e reproduzido também neste blog, logo abaixo.


Recebemos do professor Marcos José Diniz:
Prezado Daniel Walker

Fui surpreendido com um texto do Sr. Geová Sobreira, em seu Blog, a respeito de um artigo meu sobre a reabilitação do Padre Cícero. Gostaria de contar com vossa gentileza em publicar minha réplica ao Sr. Geová,  no seu BLOG DO PADRE CÍCERO.

RÉPLICA

Gostaria de esclarecer ao Sr. Geová Sobreira algumas questões referentes ao seu ácido comentário, intitulado “Ataque vazio”, a repeito de meu artigo de opinião publicado no jornal O Povo (5.4.2013), com o título “Processo de reabilitação do Padre Cícero”.

Expressei no referido artigo a minha opinião de historiador atendendo a uma solicitação da editoria do jornal e, como tal, me dispus a responder sobre a possível reabilitação do Padre Cícero pelo atual papa, Francisco.

Não tencionei julgar méritos ou deméritos pessoais de padre Cícero, nem fazer uma análise histórica da Igreja católica. Apontei uma perspectiva histórico-sociológica do fenômeno ocorrido e do tratamento dado ao padre pela Igreja, concluindo que acho muito improvável que o Vaticano volte atrás em sua condenação ao Padre Cícero.

Não me coloquei como defensor nem como acusador de quaisquer dos lados, como bem pode concluir qualquer pessoa com inteligência mediana e capacidade de interpretar um despretensioso artigo de jornal. Não desmereci nem ao padre, nem aos romeiros, nem à Igreja católica, apenas os tratei na perspectiva analítica.

Que o Sr. Geová apresente seus referidos documentos e milhares de livros sobre o Padre Cícero ao Vaticano. Faço votos de sucesso na reabilitação do mesmo.

Não menos importante, convém lembrar, que além de não compreender as ideias expostas, esse cidadão ainda se deu ao trabalho mesquinho de me atacar como profissional, com sua verborragia de fanático e destemperado, sem qualificação para o debate histórico.

Espero, por fim, que esse cidadão refine seu vocabulário em direção à polidez e procure mirar melhor seus alvos na sua guerra santa em prol da memória do Padre Cícero.

Marcos José Diniz Silva

Fortaleza, 14 de abril de 2013.

Um comentário:

  1. Sem dúvidas o ataque vazio foi ao profissional Historiador Professor e Doutor Marcos Diniz, excelente professor por sinal, daqueles que já não encontramos por aí com facilidade.

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